Observa-se, na economia atual, a ocorrência de sucessivas mudanças
nos ambientes interno e externo das organizações, obrigando-as a se adaptarem
para que consigam permanecer competitivas no mercado. Diante dessa realidade,
surge a necessidade de criação de um sistema que auxilie o controle
administrativo das atividades da empresa. Fábio Besta, contabilista italiano nascido
em 1845, defendia que o principal objetivo da contabilidade é o controle
dos fatos econômicos. Segundo Besta, é através do controle que tudo se torna
relevante e se faz necessário o estudo das suas causas e efeitos.
Uma das ferramentas mais
importantes para o controle de uma empresa é o controle interno, o qual, dentre seus objetivos, busca: proteger os
bens da organização de fraudes, erros e prejuízos; assegurar a confiabilidade dos
dados contábeis (que serão utilizados na tomada de decisões) e melhorar a eficiência
operacional da empresa. Verifica-se que o controle interno também abrange, além
dos aspectos contábeis e financeiros, os aspectos operacionais da organização. A
importância do controle interno pode ser entendida a partir do momento em que
se verifica que é ele que pode garantir a continuidade do fluxo de operações
com as quais convivem as empresas, assim a contabilidade dos resultados gerados
por tal fluxo assume vital importância para os empresários que se utilizam dela
para a tomada e decisões (CREPALDI, 2004).
Os controles internos são aqueles relacionados com
a proteção do ativo e a validade dos registros contábeis (IBRACON, 1996, p.
51). A finalidade dos controles internos é fornecer à contabilidade dados
corretos, que possibilitem a escrituração exata dos fatos ocorridos e que, portanto,
evitem erros e desperdícios. O controle interno aplicado e monitorado de forma
contínua dentro da organização tem o efeito preventivo sobre os procedimentos
por ela adotados.
Em uma empresa, o controle
interno representa os procedimentos ou rotinas cujos objetivos são proteger os
ativos, produzir os dados contábeis confiáveis e ajudar na condução ordenada
dos negócios da empresa, representando os controles contábeis e administrativos
de maneira clara e prática. Segundo Crepaldi (2004), “o controle interno gira
em torno dos aspectos administrativos, que influenciam diretamente sobre os
aspectos contábeis, assim é preciso considerá-los conjuntamente para determinar
um aspecto de controle interno adequado”.
Segundo Oliveira, Perez Jr. e
Silva (2002), a importância dos sistemas contábil e de controles internos pode
ser resumida considerando os seguintes fatores:
- Tamanho e complexidade da organização: Normalmente, as maiores empresas possuem uma organização estrutural mais complexa. Para que o controle das operações seja eficiente, a administração necessita de relatórios e análises corretas, que reflitam a situação real das transações da empresa;
- Responsabilidades: A responsabilidade pela proteção dos ativos da empresa e pela prevenção e descoberta de erros ou fraudes é da administração. A manutenção de um sistema de controle interno adequado é indispensável para que as responsabilidades sejam executadas corretamente;
- Caráter preventivo: Um sistema de controle interno que funcione adequadamente constitui a melhor proteção para a empresa contra fraquezas humanas. Para que haja um bom controle interno, as rotinas de verificação e revisão são características necessárias, pois reduzem a possibilidade de erros ou fraudes escondidas, permitindo à administração ter maior confiança nas informações e demais dados gerados pelo sistema.
Ainda segundo os autores
Oliveira, Perez Jr. e Silva (2002), o controle pode ser entendido como a última
etapa de um processo administrativo e consiste em:
- Comparar a realidade com o previsto;
- Identificar os desvios (se houver) e analisar as causas desses desvios;
- Implantar medidas corretivas que visem garantir a continuidade e a integridade da empresa.
Em resumo, os controles
internos são compostos de três principais etapas:
- Previsão das tarefas: fase do planejamento e da programação;
- Execução dessas tarefas: fase da operacionalização ou da execução;
- Mensuração: fase de análise e avaliação dos resultados obtidos.
Conforme Cavalcanti (1996), “os controles internos
se dividem em duas categorias”:
a)
Controles
administrativos: compreendem o plano de organização e todos os
métodos e procedimentos relacionados à eficiência operacional da empresa e às
suas políticas, diretrizes e relatórios; relacionam-se apenas indiretamente com
as demonstrações contábeis.
b)
Controles
contábeis: compreendem o plano de organização e procedimentos pertinentes à proteção
do ativo da empresa, garantindo a validade das contas e dos relatórios
financeiros; relacionam-se diretamente com o patrimônio e com os registros e
demonstrações contábeis. O objetivo dos controles contábeis é registrar as
transações (quando necessário), permitindo a elaboração periódica de
demonstrações financeiras e a manutenção do controle contábil sobre todos os
ativos da empresa.
Os controles internos contábeis estão direcionados
ao desenvolvimento de procedimentos que protejam os ativos e as informações fidedignas
geradas pela contabilidade. Os controles internos administrativos promovem a vigilância
gerencial, bem como o respeito e a obediência às políticas administrativas.
Do exposto, evidencia-se a
função da contabilidade como instrumento de controle administrativo. Um sistema
de contabilidade que não esteja apoiado em eficiente controle interno pode ser
inútil, pois não é possível confiar nas informações contidas nos relatórios.
Autores: Frederico Amaral e Naian Calaes
Referências:
<http://www.portaleducacao.com.br/contabilidade/artigos/52358/importancia-do-controle-interno#ixzz32TZv2Tdr>.
Acessado em 20/05/2014.
Revista de Administração Nobel, Nº 03, p. 33-44,
jan./jun.2004. REZENDE, Suely Marques; FAVERO, Hamilton Luiz. “A importância do
Controle Interno dentro das organizações”. Artigo.
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